Deus está morto

Friedrich Wilhelm Nietzsche (Röcken, 15 de Outubro de 1844 — Weimar, 25 de Agosto de 1900)

A chacina dos deuses não é expressão do ateísmo,
é uma constatação dentre os que crêem.



No dia dos finados, nada mais propício em pensar na expressão nietzschiana “Deus está morto”. A sucumbência da dicotomia platônica e a autonomia do ser humano como seu próprio deus dão o real significado a expressão do filósofo no seu livro “A Gaia Ciência”, em 1882. As corrosões da crença e da religião mataram o Deus popularizado; a adoção do moralismo e barganha com céu e outros interesses pessoais pelo Cristianismo e demais religiões, assassinaram Deus e elegeram milhares de milhares de deuses; a relativização do Homem pelo fascínio ante a potência humana de viver por si só, matou o Deus da religião.

Assassinaram o Deus popularizado e inventado pela religião, que por sua vez, ergueu-se para assassinar o Deus revelado em Jesus. O filósofo questiona: “Quem nos limpará deste sangue? Qual a água que nos lavará?” O Homem chegou ao ponto de matar a Deus pela sua inutilidade. Quem precisa Dele quando se pode ter o seu deus cristão personalizado ou quando se pode ter o seu umbigo como auto-suficiência? A boa notícia é que, na verdade, Jesus apenas morreu antes da fundação do mundo e que explodiu na história, há 2.000 anos. 

Matem o que quiserem. O Pai não pediu para ser Deus a mim e a você e muito menos quer ser o bojo de um idealismo cristão. O niilismo, como desconstrução de fatores externos/metafísicos e que comprometem fatores internos/pessoais acaba servindo ao Pai. Toda nueza, ainda que leve a outros caminhos, pode servir para que o Pai encontre a muitos. “O reino dos céus é um estado do coração, e não algo capaz de descer sobre a terra, ou que venha depois da morte. O reino de Deus não é alguma coisa pela qual se possa esperar. Ele não tem ontem, nem amanhã, não vem em mil anos - é uma experiência íntima do coração: está em toda parte e em parte nenhuma.” Nietzsche. 

A chacina dos deuses não é expressão do ateísmo, é uma constatação dentre os que crêem.

2 comentários:

Rita Angélica disse...

Que forma de pensar incrível! Parei para pensar em várias coisas! Parabéns pela clareza ao escrever!

Diego Linx disse...

não é o habito que faz o monge, mas tenha certeza que é o bigode que faz o sábio!