Um caso com o diabo

Inocentes, talvez já fomos um dia... Hoje, trocamos o esculpir da integridade daquilo que é inegociável por aquilo que não vale à pena, por aquilo que sabemos que iremos nos arrepender, por aquilo que sabemos que é errado e nos fará mal. Quantos de nós deixa esvair pela janela, a consciência do que é eterno e do que é bom em detrimento daquilo que é efêmero e mal? Trocamos a simplicidade da integridade pela complexidade do prazer libertino; da irresponsabilidade, da infidelidade.

Palmas para nós. Chegaremos ao “outro lado do Jordão”, ensangüentados e seqüelados não por sermos mártires, mas por sermos estúpidos. Ganharemos a coroa da burrice e da vida terrena infeliz.
Recomece. Quando você acordar e der o primeiro passo fora da cama, frise apenas no que seja sensato, concreto e duradouro. Coloque um ponto final nos teus casos com o diabo. Abandone as suas transas com o Leviatã. Tire a boca daquilo que fede a enxofre. Apague teus encontros com Exu.
 
Se essas representações te assustaram, substitua os termos com as tuas ações infames e viciantes. Se não tivermos tempo para sermos felizes, haverá tempo de sobra para termos remorsos. Contudo, há tempo para constituirmos uma família amorosa e íntegra, há tempo para sermos felizes numa comunidade que se ajuda intensamente, há tempo para sermos melhores, há tempo para sermos felizes, há tempo para esculpir aquilo que é inegociável. Só assim resistiremos as tentações e a efemeridade baterá continência ao inegociável instalado em nossas entranhas. Nos ergueremos com rapidez, sempre.

Nenhum comentário: