Jesus vs Moisés - o duelo de Titãs

A briga existe e aumenta cada vez mais. Como se não bastasse colocarem Jesus para brigar com Zaratrusta ou Siddhartha, ‘Jesus vs Moisés’ é o duelo de Titãs da moda, ainda que há séculos ele exista. A mente do ser humano é tão dada a cauterização a respeito de Deus, que é impossível a ela não reduzir a eterno e todo resquício daquilo que ele decidiu que virasse história de existência, numa abismal ambiência de briga de galo ou queda de braço.

Para alguns, a Lei e o Evangelho são prismas antagônicos do mesmo Deus e para os tais, existe o Deus do Velho e o Deus do Novo ou o Deus do Velho é o diabo mosaico e o Deus do Novo, é o Jesus Guevara. Jesus é tão soberano que mesmo na sua verve humana, foi capaz de sugar todo enredo da humanidade e universo a fim de que nele, com seu apogeu na cruz, tudo fosse convergido sem que nada fosse desconstruído – a não ser a mente pela renovação do entendimento – e tudo fosse absorvido por ele como aquele que cumpre toda a lei, toda a implicação da lei, toda a conseqüência da lei, toda a intensidade da lei, todo o desdobramento da lei, toda a evolução e involução da lei e toda a transgressão a partir da lei.

Essa manifestação de Jesus, como uma espécie de ‘buraco negro que engole galáxias inteiras’ - que engole todo o micro-meandro histórico individual, coletivo e universal de tudo que existe, aqui, ali e além – apenas evidencia o “nele vivemos, nos movemos e existimos”, e que quando ele decide nascer do útero de Maria, ele apenas o fez para desviar todo o curso da lei e da vida para si mesmo, num ato de bater no peito e dizer: “eu sou a epiderme da eternidade, eu sou o caminho”. Ele toma as rédeas históricas, há quase dois mil anos, daquilo que já era do controle dele antes da fundação do mundo. Ele se apodera da lei constituinte entre Deus e o Homem e a submerge em seu próprio seio a fim de que nada se descumpra, porém tudo se transforma, tudo se justifica, tudo se santifica e tudo se reconcilia com aquilo que já explodiu em vida na presença dele antes mesmo do mundo existir.
 

Com a lei, no dia-a-dia, ora ele cumpre, ora ela a piora (coloca mais peso), ora ele a desobedece. Jesus é tão Deus, que é Deus a ponto de, em Jesus, dar, cumprir, intensificar e aplicar a Lei em si mesmo por todos e para sempre.

“Se Deus fala de uma aliança nova é que
ele declara antiquada a primeira.
Ora, o que é antiquado e envelhecido
está certamente fadado a desaparecer.”
Hebreus

A lei é uma providência para ordem até o dia em que ela não precise mais ser aplicada e em Jesus, a lei é canalizada nele mesmo por causa de sua ineficácia em relação a caótica situação humana. A lei não teria êxito por causa da nossa perversão. Logo, tudo o que se refere a lei, se confinou nele, não como abolição, mas como cumprimento e acertos de conta.

Não há um novo testamento que antagonize o velho, mesmo a despeito de seus notórios fatos que são incomparáveis entre si. Há uma nova etapa da nossa história em relação ao mesmo Deus. Agora, ninguém é justificado por cumprir a lei, somos salvos por aquele que cumpriu por nós e que na verdade, sempre foi assim, até nos tempos arcaicos da era “A.C.”, nunca ninguém foi Jesus suficiente. E mais ainda, essa ‘epiderme da eternidade’, chegou a todos os lugares que se ecoa existência, ou seja, a lei, que era circunscrita a uma nação e um período, era tão pueril que o assombro do amor e sangue de Jesus a varreu a fim de submergir toda forma de existência e em todas as intermitências culturais, raciais e geográficas.

João Batista, o meu amado bárbaro, disse que da pedra, Deus poderia fazer nascer filhos de Abraão. Abraão se torna o pai de homens-pedras, de magos, de eunucos, de siro-fenicias, de índios, incas, sumérios, petistas e de possíveis extraterrestres (por que não?rs). Mas isso se deve a um amigo dele, o qual o batizou com esta ilimitude (“Diga-me com que andas, que direi quem tu és”): Sr. Melquisedeque, o senhor que enxergava a demografia do reino, numa incrível Pangéia de solo divino...

 
A lei, é a amor;
A tábua, é o coração!

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