Aos que crêem em Deus e me lêem neste momento, digo com obviedade, que escrevo sobre ele e nunca por ele. E falar ou escrever sobre ele representa para mim, um estado de espírito obstinante, reativo e ardente. A vida, comumente é ressuscitada individualmente e a todo instante tendo como alvo, a conquista, prazer, paz e felicidade. Tudo para se erigir uma basílica existencial do eu. É assim que vivemos, é assim que o homem sempre viveu. Muda-se a cultura, evolui-se o Homem, portanto tudo gira em torno do seu bem estar. Deus segundo Deus, e para desilusão de muitos que o buscam, é um Deus que lida com megatons de questões e questiúnculas dando uma supra-resposta, resposta essa que nasce antes de qualquer pergunta.
Senhoras e senhores, Deus tem uma resposta só. E essa resposta não é um argumento gerado e posto depois de um pergunta, essa resposta é a perfeição da costura entre a criação e o criador em paralelo com o desdobramento da criação. “Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o seu sempiterno poder e divindade, se tornam visíveis à inteligência, por suas obras; de modo que não se podem escusar.” (Paulo) Nesta citação de Paulo, evidencia-se que a resposta não se revela com uma busca frenética de uma solução conforme o nosso querer e gosto, não se trata de uma resposta para cada pergunta e muito menos um indício de contentamento com a situação, a cada problema, de modo pessimista e desistente da vida. Paulo apenas diz que é tudo uma questão de percepção, aceitação e contentamento com a perfeição da obra de Deus.
Quando Jesus diz que é o único caminho, ele não quer dizer que é o solucionador dos nossos problemas. Muito mais que isso, ele é a única via para “que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Paulo). Neste caminho, não existem respostas para cada questão de nossa vida, existe uma resposta onde qualquer questão ou problema se curvam diante de Jesus a ponto de ser tornar algo suportável e/ou bom para mim até o dia em que ele, o problema, deixar de existir. A resposta de Deus não é um argumento, a resposta de Deus é um colo, um lugar seguro, um estado de reconciliação, um elo que independe de circunstância individual. Neste colo, a tristeza salta de alegria quando não é esfarelada no relacionamento contínuo com o Pai. É por isso que até as flores, rios e mares, jumentos e bodes, joios e trigos, diabos e anjos, anunciam a Deus. E é pelo mesmo motivo que nada pode nos separar do amor de Deus.
A resposta de Deus é tão visível que toda a criação, sem exceção, revela que “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados”. Quando você disser “Deus falou comigo”, entenda que, na verdade, você é que esteve mais sensível à voz dele que ecoa até no trovão. Buscar a Cristo não é agir como cego em tiroteio tateando um abrigo, buscar a Cristo é render toda a sua vida, incluindo todos os reveses, diante ele a todo o instante.
Fazendo assim, você nunca será refém de si uma vez que Jesus é o seu norte. Ao depositar nos pés dele a sua ansiedade e dificuldade, você terá força e disposição para crer e dizer “eu sei em quem tenho crido” e em outras palavras, “o que me fere é problema de Deus, a sua graça me basta”. Este tipo de contentamento não exclui a possibilidade de vermos um milagre ocasional em conformidade com cada situação problemática, porém nos ensina que Deus não está costurando nada que seja efêmero e sua única resposta nos remete a algo que por mais que a gente não anseia, a gente saberá, um dia, que era o indispensável e indispensável por ser a única coisa que se valerá em cada um de nós.
Assim, lembre-se que quanto mais sentimos a presença dele, quanto mais enxergamos o agir dele, estamos, na verdade, ouvindo aquilo que sempre foi a fala do mestre nos poros e pólen da vida, no nosso dia-a-dia. Toda a criação faz coro a ele – a única resposta, caminho, vida, verdade – em todo tempo, o tempo todo. Ninguém se torna “homem de Deus” ou “mulher de Deus” por apenas anunciar “algo de Deus para você”, afinal, toda a espécie de ser vivente e toda manifestação de existência e todos “os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia profere palavras a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não é uma língua nem são palavras, cujo sentido não se perceba, porque por toda a terra se espalha o seu ruído, e até os confins do mundo a sua voz...” (Salmo)
Quando você escuta é porque você “abriu os ouvidos”, a partir daí, tudo fala e tudo aponta para uma única resposta!
Desculpe-me se desiludi você, mas a única resposta não é um “preenchimento de lacuna”, a resposta é uma pessoa, a saber, Jesus. Essa resposta, sendo uma pessoa, ofereceu o seu próprio sangue antes que houvesse sinal de vida e de existência, para reconciliar tudo aquilo que haveria de existir, sem a menor hipótese de alguma coisa não falar e não refletir a sua glória. “Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também” (Salmo)
Essa resposta surte efeitos múltiplos em tudo e em todos e quando buscamos ouvir a voz dele, essa mesma e única voz abrangente ecoa de forma latente em nós de tal modo que a individualizamos como algo direto e particular. Esse é o poder desta única resposta: se multifacetar em revelação conforme vamos “abrindo os ouvidos”. É por isso que já recomendaram: “Quem tem ouvidos, ouça”. A resposta é uma só, agora, as formas de como, quando e onde a escutamos, sempre nos surpreenderá e sempre será de forma indomável.
Oro neste momento, para que cada vez mais entendamos, e entendidos, creiamos, e crendo, contemplemos, e contemplando, contentemos-nos não com a nossa situação, mas com a situação nos braços do pai. Por que não haveríamos de nos contentar em saber e confiar que ele está velando por nós mediante a nossa entrega?
Em Deus que é a única resposta e não é o google,
Amém!
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