Você já se matou hoje?

Que história é essa de cristão “morto para o mundo?”

A interpretação trivial a cerca da vida cristã, não é mais ingerida, plausivelmente, no pensamento atual, por não apresentar suficiência e nem sustentabilidade na vida e nas palavras do mestre Jesus.
A mensagem do evangelho é a tentativa de superação de nossas más tendências para chegarmos a um estado de semideuses? Ou deveríamos ser humanos que crêem em Cristo e se inspiram Nele para ser salvo de si mesmo a ponto de nos tornarmos melhores para si e para o próximo?

Morrer para o mundo não é deixar de ser humano após a conversão e começar a viver uma vida angelical e incorruptível. Morrer para o mundo não significa ser possuído pelo Espírito Santo a ponto de não saber mais o que está fazendo por não ter mais controle sobre suas ações. Morrer para o mundo não significa que quando eu componho uma música ou crio um arranjo musical, na verdade, estou recebendo a criatividade de algum compositor lá do céu ou do próprio Deus. Morrer para o mundo não significa que meu talento, criatividade, intelecto, preferência, estilo, serão refreadas pelo ditado divino. Morrer para o mundo não significa que somente escreveremos algo a respeito de evangelho, por exemplo, através de uma psicografia cristã. Deus se tornou humano para que nós nos tornássemos humanos e não semideuses. Jesus disse que viveríamos a vida Dele em sua humanidade e não em sua divindade. O que é ser humano senão ser alguém que pode viver buscando superar suas ignorâncias, seus egoísmos, suas omissões, suas agressividades, suas maldades e etecéteras?

O “suicídio (quase que literalmente) em nome de Deus” é entendido, por alguns, como viver sem pecar (algo que está fora dos parâmetros humanos!), para outros, é viver, reconhecendo que, somos pecadores perdoados, mas na verdade, vivem como se fossem mortos-vivos! Pois repudiam, inexoravelmente, a idéia da percepção de que todos os seres humanos, “cristãos ou mundanos”, estão no mesmo degrau e que o suposto “suicídio” não permite aplaná-los com pessoas que não são cristãs porque têm menos pecados do que os laicos que perambulam pelo mundo sem bater continência a Deus.
Fé e humanidade são inerentes aos que querem ser do Caminho de Jesus.

“Perder a própria vida” para se viver a “vida de Cristo” não significa ser impoluto como Ele foi, e sim tornar-se humano como Ele foi, levando em consideração a nossa natureza falível e a GRAÇA que nos complementa.Quem deve ocupar o cargo de “ministro de louvor” ou “levita”? Aquele que tem menos pecado? Será que não estamos querendo semideuses para estar nos nossos púlpitos? Será que não estamos selecionando pessoas para ser como “cristãos de vanguarda”, através da quantidade de pecado?Avaliação por quantidade de pecado pode soar muito direto e desconfortante, o termo mais comum é:“ você está preparado?”Na expressão “você está preparado?” carrega-se, muitas vezes, imposições a fim de sobrecarregar um fardo extraterreno, fazendo com que a pessoa se sinta diferente das outras a ponto de pensar que “o irmãozinho de banco pode errar, mas eu não, pois estou na frente e quem erra como o irmãozinho de banco não pode estar aqui na frente! Deus perdoa, é claro! Mas quem errar e estiver na frente de algum trabalho na igreja, este, não está apto para liderar, tocar ou cantar.” O líder não pode errar, publicamente, nunca! É melhor pecar escondido, pelo menos ninguém ficará sabendo, então a imagem do líder ou da igreja será preservada!Se o pastor descobre que o músico andou “pisando na bola” é cortado do grupo. Se a cantora “oficial do louvor” estiver namorando um “mundano”, não presta pra louvar no púlpito.

Essas situações podem demonstrar que essas pessoas não servem para ser “semideuses” nas igrejas, mas são enquadradas perfeitamente na esfera humana onde Cristo abunda.
Abandonemos esse nosso costume de selecionar pessoas pela quantidade de pecado ou pela “análise da vida espiritual”. Vamos considerar, apenas, a disposição do nosso semelhante e a sua vontade em ser uma pessoa como Cristo foi quando se tornou humano, lembrando que a impolutez é coisa divina e que a humanidade de Cristo é o resistir o pecado, perdoar os nossos ofensores, ajudar o próximo e amar a Deus sobre todas as coisas! Deixemos a nossa presunção pra trás. Não tocamos ou compomos melhor, simplesmente por sermos cristãos.

O lindo talento do cantor cristão, João Alexandre, não é maior do que o talento do mestre João Gilberto somente porque o primeiro João é crente. É até provável que a referência do primeiro João seja o segundo... O lindo talento do baixista, presbiteriano, jazzista e norte-americano, John Patitucci não é maior do que o talento do mestre Gary Peacock somente porque o John é crente. É até provável que a referência do John seja o Gary... Não mate suas vontades e sonhos em nome de uma vida supostamente cheia possessões literais de intervenções diárias da divindade.
Mate os enganos, utopias, e as estorinhas de uma vida de super-homem: meio homem e meio algo que não é homem, nem Deus, nem anjo e nem ET: semideus!

“Maior é aquele que conquista a si mesmo do que aquele conquista uma cidade”. Provérbios 13:32
Nele, que morreu por homens e não pela liga da justiça!

5 comentários:

Anônimo disse...

Aff qui meu Deus que coisa linda que vc escreveu e eu nem sabia que vc era sabido assim eu achava que vc era a malandragem em pessoa........kkkkkkk

Acho que vou enviar para uma pessoa conhecida isso aqui.

Só não consegui decifrar uma palavra e não sei pq vcs usam coisas difíceis como essa tal de impolutez que não sei pra que serve......kkkkkk

Beijão meu queridão e sucesso no seu blog.

Moisés Lourenço Gomes disse...

Cirzinha...
kkkk....impolutez é derivada da palavra impoluto (imaculado)rsrrss

bjos.....

e muito obrigado por batizar meu blog!!!!

Leila disse...

Moisés...
Você nem imagina o bem que me fez ler esse texto hoje...
Sou do grupo de louvor desde os meus treze anos(faz tempo) rsrsrs
e sempre sofri essa pressão de ser irrepreensível....é muito bom saber que somos todos iguais diante dele...

Moisés Lourenço Gomes disse...

Leila,

Que bom que esse texto, de uma certa forma, lhe fez bem.

Fico muito feliz e que possamos transmitir a todos aquilo que temos de melhor em nós para sempre ajudarmos uns aos outros!

Bjones

Josias disse...

Nossa escreveu muito cara trouxe bastante reflexão.