Evangélicos efortless

Efortless” é um termo usado pelo pessoal que curte moda e que significa: “a pessoa que é legal sem parecer que faz força para isso”. Pode-se definir também, como: “a pessoa que usa roupas descoladas, em segundos, sem muito esforço na hora da escolha”.Ao reparar nos novos discursos do segmento evangélico, em suas diversas vertentes, notei como mudou, como está mais light. Mais casual, mais “hipster”...
Os arreios estão mais frouxos e a membresia está mais solta. Ela está menos hipócrita. Isso é muito bom.Já dão cônsono respaldo à temas que não confrontam as polêmicas e chocantes tendências dentro da sociedade. Já dialogam com o mundo, sem se excluir dele. Já admitem que as muralhas da instituição cristã, não delimitam e prescrevem a lista dos salvos.

Legal. Agora, resta-me fazer as simples perguntas retóricas:
Quando ela, a igreja evangélica, tirará a primeira pedra de sua muralha para que ela seja uma grande acolhedora dos marginalizados, dos carentes e doentes sem requerer membresia, adesão confessional e trejeitos evangélicos? Quando ela parará de brigar por sua lisura contra a crosta velha do fundamentalismo cristão? Até quando ela ficará do lado do pobre, porém apenas no circuito literário? Quando, os que não baixam suas cabeças ao dogmatismo pesado, vão se unir? Vocês conseguirão fazer algo, efetivamente, bom, abrangente e constante - e que não seja aquele assistencialismo de “tira-peso-da-consciência” -, sozinhos?

O assunto em voga é “amor”, mas lembre-se que para colocá-lo em prática, precisamos ir muito além dos discursos, das guerras de egos e da queda de braço para ver quem é o mais humilde. Lembre-se de Friedrich Nietzsche quando disse: “aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal”. Certas picuinhas, reservas, resistências são males (digo, grifes da moda teológica) que escarnecem a real necessidade de nossa sociedade e que não muda o quadro daquele que precisa de amor no dia chamado HOJE.
Amor que não supera o mal dos egos e dos discursos, não é amor, é hipocrisia (vamos voltar a essa estaca de novo?).


2 comentários:

Ingrid disse...

verdade verdadeira...
Sei que essa mudança e atitude começa em mim, mas só pra citar um exemplo: quando perdi tudo numa enchente há pouco tempo, ouvi de um "pastor": se vc estivesse reunindo aqui com a gente, ia ser mais fácil. Vê alguma igreja aí mais perto de vc que possa ajudar.
É fácil falar do púlpito.
Vergonha alheia.

Continue Moisés, fale, brade, escreva, desafie...
E como disse John Lennon:
You may say,
I'm a dreamer
But I'm not the only one.

Chico Ribeiro disse...

Muito bom, Moisés, realmente muito bom!