Deus e o Tempo


O HOMEM NÃO É TOTALMENTE LIVRE, mas também não é manipulado por Deus. Digo que o Homem não é totalmente livre, pois ele escolhe aquilo que lhe é tendencioso e psiquicamente, direcionado. O homem é preso em si e entre si. Deus não age em relação ao homem tendo que antes esperar o que o homem escolherá. Deus não espera, pois Ele está acima da dimensão temporal. “Esperar”, implica em duração, passado, presente e futuro. Mas Deus está acima do tempo. Nós temos a sensação de que Deus está esperando, mas é porque estamos dentro do tempo e por isso as coisas de Deus acontecem gradativamente, mas isto é uma sensação humana. Ex: Deus mudando a minha realidade, Deus me livrando, Deus me ajudando, Deus intervindo, Deus me poupando segundo o meu arrependimento, Deus se alegrando comigo e Deus se entristecendo comigo. Tudo isto que acontece. Pra nós, é gradativo, pra Deus, é simultâneo - Tudo acaba em harmonia!

Duas coisas que não acontecem:
- Deus “esperar”, literalmente e em seu estado pleno, pra realizar algo;
- Deus não tem nada a esperar porque Ele determinou o que o homem há de escolher.

Esses dois pensamentos colocam Deus dentro do tempo com “suas malas e cuias”! “Nós escolhemos, então Deus entra em ação”…Só que na verdade, quem esperou foi o Homem e não Deus, pois Deus não está condicionado ao tempo. Ou seja, o que acontece é que enquanto estamos escolhendo, na verdade já está tudo realizado, não porque Deus determinou, mas porque Ele está fora do tempo. É como se num estado presente, Deus “esperasse” o homem fazer sua escolha e com esta escolha, se for o caso, emergir com uma providência divina, por exemplo. Só que tudo isto ac ontece num “estado presente”. Incogniscibilidade de Deus!

Deus é Eterno. Ele não teve origem. O tempo não passa pra Ele, pois Ele está fora do tempo. Ao mesmo tempo em que ele se relaciona com o homem, nada disso é passado ou futuro e sim um fato presente muito louco! Pra Deus deixar de “conhecer o futuro”, Ele não seria o “Deus que É”, e sim o “Deus sendo”! Deus não manipula ninguém; Deus não é pego de surpresa; O homem não é livre. Ele tem a liberdade de se inclinar às suas prováveis obviedades.

Deus não passa a ser um manipulador por Ele conhecer os mínimos detalhes do nosso, passado, presente e futuro. Não o faz determinista. Não o exclui de ser relacionar a ponto de “chorar” ou “rir” com o Homem. Conosco, as coisas acontecem sucessivamente. Com Ele, acontece simultaneamente. Conosco, a árvore é plantada, regada e sucessivamente, a vemos crescer... Com Deus, a árvore é plantada pelo Homem, regada pelo Homem e é vista, crescendo, de modo simultâneo (se perguntarmos “quando” isso acontece, já estamos perguntando errado, pois “quando”, refere-se à temporalidade.....).

Em nossa dimensão, (percepção através da linearidade ou aleatória do tempo) assimilamos Deus operando em sucessões... (ex.: Cristo nasceu......cresceu....morreu....ressuscitou) Mas, na inteireza de nosso grande Deus, Ele interfere de modo simultâneo (uso o termo simultaneidade, pois acho que é o termo que mais se aproxima quando tentamos falar em algo atemporal). Ora, dito isto, nada é imaginativo. As coisas acontecem diferentes: Com o Homem é sucessivo! Com Deus é simultâneo! Dentro do tempo, Deus "está" agindo. Na plenitude de Deus, nada é presente, passado ou futuro! Loucuras de meu Deus!rs A obviedade da sensação que temos de "Deus esperar" à nossa reação, não implica que Ele, também, esteja esperando na Eternidade, a minha decisão a ponto de não saber qual será a minha escolha...

O Homem escolhe. Deus já sabe. Com essa decisão humana, Ele "ri" ou "chora". Só que isso reflete-se sucessivamente em relação ao Homem e simultaneamente (ou algo parecido), na inteireza de Deus. Deixemos a funcionalidade de Deus para Deus! Senão ficaremos loucos!

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